quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Contemplado!

Pois é, meus caros, é chegada a hora!!! Como estamos na reta final antes do meu embarque, fiz o sorteio da rifa nesta segunda-feira. E o vencedor foi... "Maria da Ana (academia) n°002017!!!! Parabéns!!
É muito importante que todos que colaboraram, saibam que cada rifa comprada, simboliza um empurrãozinho a mais em direção a conquista de sonho. Não o do navio propriamente dito, mas tudo que virá em decorrência dele. Espero que a vencedora goste de seu prêmio e que possa ser tão produtivo para ela quanto a ajuda (em comprar a rifa) foi para mim.

OBRIGADA!

sábado, 2 de outubro de 2010

Assim de repente...

Hoje escrevi um recado para uma amiga muito querida. Escrevi uma coisinha tipo uma despedida e me deu vontade de fazê-lo de uma forma mais abrangente. Esse post , eu dedico a meus amigos. Sempre dei muito valor a eles, como se fossem a família que pude escolher.

Tenho um dom natural de potencializar /romantizar os fatos de uma forma que,  nenhuma outra pessoal que observe o mesmo fato consiga interpretá-lo como eu. Nisso se encaixa a minha visão da amizade, minha visão de fé, minha visão do que é divino. Compliquei? Vou tentar descomplicar! No budismo e no espiritismo ( me corrijam se estiver enganada) tem uma coisa muito bonita  que é reconhecer a divindade em nós mesmos. Toda vez em que encontro uma pessoa especial, que desenvolvo afeto/amizade, vejo exatamente isso.  Cada palavra, cada olhar, cada risada compartilhada me faz  constatar que existe algo muito divino por trás de  tudo que há nesse universo. Pessoas que só de olhar, trocar uma conversa e você sente que está diante de pessoas boas, como se não fosse uma coisa que estivesse se construindo naquele momento, mas como se trouxesse de outras vidas até. Esses são os meus amigos! E sendo eles assim tão especiais e maravilhosos como eu digo, como podem ser obra do acaso? Somente algo muito belo, superior e poderoso (não importa a forma como convencionou-se chamar) para colocá-los espalhados por aí (e ao meu alcance o que é mais legal!!). Daí vem minha fé, minha crença no bem que existe acima de tudo e de que tudo dará certo. E sou grata! Muito obrigada por ter tantos "presentes" na minha vida.  Descompliquei?

Tudo isso, como disse no começo, é pra me despedir,meus amigos queridos! Vou sem medo de deixá-los fisicamente pra trás, voces estarão a todo momento no meu coração. E se nos encontramos e mantivemos o laço da amizade bem firmes até hoje, nada o afrouxará. É nosso! Eu vou voltar desta viajem e o carinho que devoto a voces a cada olhar ainda será o mesmo, se não for mais intenso.

Sabia que chegaria o ponto onde não conseguiria amarrar bem o final. Mas deu para vocês entenderem a mensagem, não deu?

p.s.: Divaguei sobre a amizade, como Dom Quixote ao "desembestar" falando das obrigações e da ética na ordem dos cavaleiros andantes! Assim, meio do nada, de repente! (risos)

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Sobre o treinamento e sobre as pessoas que "simplesmente entendem".




O treinamento é uma mistura de técnicas básicas de salvatagem no mar, primeiros socorros, combate a incêndio e assim por diante. Mesmo não tendo muito certeza se estou ou não pronta para combater um incêndio, por exemplo, gostei bastante do treinamento. Dá um medinho de pular de um trampolim de três metros de altura sem saber nadar (mesmo de colete), que pode até não parecer alto, mas quando você olha pra baixo dá vontade de sair correndo! Pode parecer bobagem, mas fiquei um pouquinho orgulhosa de mim por pular, mesmo quando o instrutor dizia que preferia que não pulássemos, por causa umas meninas que passaram mal ao ficar muito tempo olhando pra baixo. Pulei! A sensação de vento na sola nos meus pés foi incrívelmente duradoura! Eu pensava:" Meu Deus! A água não chega nunca!" Em questão de segundos atingi a água, mas deu tempo para vários pensamentos desordenados cruzarem minha mente. Já na água, o instrutor mergulha e te puxa para  que você chegue a superfície mais rápido. Eu, desesperada, só sabia dizer: "Nunca mais faço isso!" Mentirinha, eu faço sim! No combate a incêndio, também fiz questão de ficar até o final, mesmo quando não era mais obrigatório. Não gostaria de olhar para trás e dizer: "Nossa, eu podia ter feito e não fiz!" Fiquei satisfeita.


O mais importante do treinamento pra mim, foi o contato com as pessoas que vão passar pela mesma experiência que eu. Era um grupo de trinta pessoas mais ou menos, e cada uma vinha de um estado e  tinha uma história diferente. São pessoas que, como eu, tem toda uma vida por aqui, mas que simplesmente desejam essa passar por esse momento de ir pra um lugar distante, passar um tempo e depois voltar. Deixam faculdade, família, emprego e projetos por algo a mais. Era tão fácil conversar com eles. A gente simplesmente se entendia.

Estou numa fase de contar para meus parentes que vou viajar para trabalhar numa empresa americana embarcada em um navio de cruzeiros, e tenho escutado: "Olha, não estou feliz por você, mas se é o que você quer..." ou "Você vai ficar igual aqueles homens presos na mina, trabalhando dia e noite!" Que bom que não reuni a família para contar a todos de uma só vez. Já tenho dificuldades em contornar um a um, quanto mais todos juntos!

Relacionando a experiência do treinamento e a parte de comunicar minha partida à família, percebi uma coisa muito importante. Quem entende, simplesmente entende. Quem não entende, não adianta tentar explicar. Não  digo isso só por minha família, mas também por amigos que estudaram comigo, que fazem as mesmas coisas que faço. Isso porque eu nem contei que consegui cinco anos de visto (wohoo!), que pretendo ficar uma ano e meio, e que pretendo voltar depois (se tudo der certo).

Amo todos. Os que entendem e os que não entendem. Mas como dizia no parágrafo acima, não adianta tentar explicar. Neste momento, decido cercar-me das pessoas que simplesmente entendem, para que possa multiplicar e depois dividir meu bem estar.  Faço isso para conseguir pontencializar a energia que sinto e direcioná-la no sentido de tirar o melhor proveito possível de cada passo dado e manter-me plena, acima das nuvens de insegurança que teimam em permanecer turvando minha visão.

Pessoas que "simplesmente entendem", do treinamento ou fora dele, funcionam como bons ventos que ajudam dispersar estas nuvens que pairam em meu caminho. Por isso, pessoas, sou grata e quero que continuem por perto. Ainda tem muita estrada pela frente!

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quinta-feira, 16 de setembro de 2010

O visto

A saga do visto pra mim, começa com uma bagagem enorme. O que quero dizer com isso é que levei uma bagagem enorme de experiências que me conduziram até aquele momento. Isso não é nada mais, nada menos do que o meu dom de transformar coisas simples em verdadeiros bichos de sete cabeças, tanto em momentos comuns, quanto em momentos que exijam um pouquinho mais de auto-controle. Acredito que o visto se encaixe na segunda opção. Quando entrei no consulado americano, tive a impressão de estar entrando num cofre, com aquelas portas de metal grosso, com vidros também super grossos. Depois da primeira porta deixamos os celulares e passamos a mochila pelo raio x. Meu problema foi todo aí! Devia ter deixado junto com o celular, a bagagem que trazia. Não a mochila, mas a tal bagagem de experiências que me levaram até ali. O medo de não dar certo de novo, o medo de ser massacrada por perguntas difíceis dentro daquele guichê,o medo de voltar pra casa com uma resposta negativa, o medo de ter de recomeçar outra vez com o peso da incerteza na vitória.

De pé na fila com apenas dois guichês funcionando, estavam nítidas as minhas opções. Um negro de cenho franzido que parecia muito ser brasileiro ou um branco aparentemente simpático que parecia muito ser gringo. O carrancudo perguntava até sobre encarnações passadas, enquanto todos saíam com carinhas aliviadas do guichê ao lado. Mesmo petrificada, torcia ardorosamente para cair no guichê do bonzinho e... assim aconteceu! Acho que não levei quatro minutos na minha entrevista e quando ele disse (com aquele sotaque de gringo): "Seu visto foi concedido" eu não pude acreditar! Super simpático, ele disse: "have fun!" ... Cadê que eu consegui responder! Nem em português eu consegui, o medo dele mudar de idéia foi tão grande, que eu só consegui pegar meus documentos enquanto me esforçava para manter os pés no chão, tamanha era vontade de pular!!! Ele percebeu e rindo de mim, abaixou a cabeça. FOI UMA SENSAÇÃO MUITO BOA! EU CONSEGUI!! E se depois dessa experiência tenho alguma dica para dar, ela é: "Torça para o Consul ir com a sua cara!"(risos)

Quando saí do consulado, logo liguei para minha amiga que me ajudou na preparação para a entrevista. Acho que gritamos um pouco, acho que nos emocionamos também.  Não é fácil sonhar alto (quando não dá certo, a queda é igualmente proporcional). Não é fácil ter essa vontade de sair da caverna e ver o sol, não só de um mesmo ponto, mas de vários pontos diferentes da face desta Terra. E não só desta Terra, mas de outras "Terras", se possível. Eu quero e eu vou ver! Afinal de contas...

EU JÁ TENHO O VISTO!!!   WOoOHoOo!!!

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Iniciando a Jornada!


Bem, acho que um passo muito importante sobre jornada de aventuras, de ver o que existe além das fronteiras (mesmo não sabendo bem o que existe antes delas) é a preparação para a jornada em si. Todos que se arriscam em viagens pela primeira vez, depois de muito desejá-la, sentem aquele frio na barriga quando falam em visto, avião, cultura diferente. O combustível principal para enfrentar o "frio na barriga", acredito ser a curiosidade. Desde pequena sempre adorei assistir os documentários do Discovery Channel sobre as câmaras secretas sob as pirâmides do Egito, sobre os Incas ou sobre as revoluções modernas na Europa. Fui crescendo acreditando que um dia esse mundo que eu via através da tela, estaria ao alcance das minhas mãos. Cresci. Entrei pra faculdade (duas). Decepcionei-me  tanto com a primeira, que trocar para a outra já não tinha mais o mesmo sabor. Entristeci-me e questionei-me a até sentir os neurônios fritando, até que percebi uma coisa. Estava batendo tão insessantemente em uma tecla, que estava esquecendo do mais importante... ser feliz! Viver o presente! A vida não tem um calendário específico para saber quando tudo vai acabar, para você começar a aproveitar "um pouco antes do vencimento".

Com a soma de tudo isso, agora chego ao derradeiro momento! Com incentivo de algumas amigas consegui um emprego num navio de cruzeiro. O "eu" de uns tempos atrás diria: "mas a rotina de trabalho é dura, o salário não é essa brastemp toda não" ou "isso é o avanço do imperialismo buscando mão de obra barata no terceiro mundo" e etc... (o que não deixa de ter um fundinho de verdade) mas o "novo eu", que é mais prático, diz: "não interessa, quem tem fome tem pressa!" Fome de novas experiências! Who says I can't re-whrite my story? Who says? (como diria o John Mayer)

E assim com todos esses sentimentos pulsando, preparo-me para meu primeiro embarque. Meio que de improviso, contando com a ajuda dos amigos (coitados) que entram de cabeça nas minhas idéias loucas para o orçamento suportar as primeiras despesas, tipo uma rifa de cosméticos, que está sendo a bola da vez! Ou outras amigas mais loucas ainda que dão idéias do tipo " você pode dar um cofre daqueles de porquinho pra cada um botar o que puder até seu embarque" (ela vai ser a primeira!Mas são cenas do próximo capítulo). Exploro outra amiga que saca muito de inglês pra me preparar pra entrevista no consulado e assim a lista não termina.

É bom sentir novamente o entusiasmo por uma coisa boa que está pertinho de acontecer. Ir pra um lugar tão diferente do lugar onde cresci. Meus parentes nem imaginam o que está por vir, são todos pessoas humildes, inclusive minha mãe que pede que eu não conte, com medo de que eles a acusem de estar permitindo que eu caia direto num esquema de tráfico internacional de mulheres (acho isso muito engraçado, o drama!).

Acho que para o primeiro post tá bom, né? Espero que no próximo voces ainda estejam por aí!

Ainda tem muitas emoções pela frente.

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